03.10.2005 - Intermanagers - Internet - Gravadoras do Canadá lançam ofensiva contra pirataria na web.

Gravadoras planejam organizar um lobby intenso no Canadá para pressionarem parlamentares do país pela aprovação de medidas de combate à troca de arquivos pela internet. A indústria da música afirma que perde dezenas de milhões de dólares por ano com a atividade.

Com o lançamento de uma campanha nacional pela proteção legal do que chama de "produtos da mente", a Associação da Indústria Fonográfica do Canadá também divulgou duas pesquisas que apóiam sua causa.

Menos 541 milhões de dólares canadenses.

– No Canadá, sexto maior mercado mundial de música, 14 arquivos são baixados da internet sem pagamento de direitos em relação a cada cópia legítima. O dado foi compilado pela empresa de pesquisa Pollara e o estudo foi divulgado pela associação. O surgimento dos sistemas de troca de arquivos pela internet coincide com uma queda de 41%, ou 541 milhões de dólares canadenses, nas vendas de músicas no varejo do Canadá entre 1999 e 2005, afirma a associação, em nota.

A pesquisa da Pollara levantou que canadenses entre 12 e 24 anos de idade, grupo que compreende 21% da população do país, são responsáveis por 78% do download não autorizado de música no país.

Enquanto isso, uma pesquisa da Environics descobriu que 49% das pessoas com 18 a 29 anos de idade acredita que o download sem autorização não deve ser encarado como um crime porque outras pessoas estão fazendo o mesmo. "Parlamentares precisam discutir o assunto para atenderem aos desafios do mundo em transformação em que estamos vivendo. Eles precisam aprovar uma legislação progressista", disse o presidente da associação, Graham Henderson.

Oposição.

A campanha da indústria da música enfrenta oposição. O artista John Akpata, por exemplo, afirma que ele prefere a situação atual, argumentando que a troca de arquivos permite aos artistas entrarem em contato direto com o público, em vez de enfrentarem a intermediação de uma gravadora. "Se o artista tem a capacidade de distribuir seu trabalho para o mundo, as pessoas não deveriam ser cobradas, processadas e presas por isso", disse ele após a declaração de Henderson. "Eu acredito que a indústria fonográfica é o Golias mais ganancioso e egoísta que está esmagando o direito dos artistas".

Henderson disse que os membros da associação estão considerando novos processos no Canadá depois de uma decisão judicial em maio que impediu as grandes gravadoras de forçarem provedores de internet a entregarem nomes de usuários que trocam grandes volumes de arquivos.

A Corte Federal de Apelações deixou a porta aberta para que as gravadoras encaminhem novos processos contra internautas usuários de serviços de troca de arquivos.

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