05.05.2005 - O GLOBO - Luciana Rodrigues - Rio produz 7% dos serviços do país.

Uma cidade com crescente vocação para os serviços e que se destaca graças à força da cultura como geração de riqueza. Este é o perfil do Rio de Janeiro revelado pela pesquisa do IBGE sobre as economias municipais, divulgada anteontem, e pelos dados da Fundação Cide, do governo estadual.

Segunda economia mais importante do país, com peso de 4,67% no PIB brasileiro (total de bens e serviços produzidos pelo Brasil), o município do Rio fica atrás só de São Paulo (10,41%). No setor de serviços, o Rio ganha ainda mais relevância, com quase 7%. Na indústria, a participação carioca é de 3,22%.

— A tendência mundial é de saída das indústrias das capitais. Infelizmente não temos petróleo, mas temos os serviços, que serão o futuro da nossa cidade — diz o economista Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE e hoje diretor do Instituto Pereira Passos (IPP).

Ranulfo Vidigal, diretor-executivo da Fundação Cide, destaca que o Rio tem vocação para a chamada economia do terceiro milênio, de atividades relacionadas a conhecimento e informação. E tem a cultura como ponto forte. Enquanto no total do Brasil a cultura responde por apenas 1% do PIB, no Rio o peso do setor é quatro vezes maior, chegando a 4%.

Vidigal destaca que, apesar de ter perdido importância a âmbito estadual, o Rio ainda tem enorme participação no PIB fluminense, com 49%. Em 1975, seu peso era de 70%. As dez maiores cidades fluminenses são 72% do PIB estadual.

— Isso é reflexo das atividades aqui produzidas, intensivas em tecnologia, que pagam bons salários, mas que têm reduzido grau de irradiação.

Além do petróleo, Vidigal cita como atividade pouco multiplicadora de riqueza o complexo metal-mecânico.

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