22/01/1999 - Folha de São Paulo - Folha Ilustrada - MAC confia nas leis de incentivo. P. 4.

“Aparentemente, as perspectivas de crise econômica não assustam os museus brasileiros. Alguns confiam em seus patrocinadores e na captação de recursos via leis de incentivo fiscal. Outros contam com subsídio estatal. Há ainda quem invista em mostras de baixo custo (como as de fotografia) ou de alto poder de mídia, algo que garante seus patrocinadores. O MAM-Rio se encaixa nesse último caso, mas acredita também na força da instituição. 'O MAM-Rio é um museu forte e as pessoas daqui querem que ele dê certo. Também me parece que os empresários cariocas são mais ligados à cultura que os paulistanos', disse Agnaldo Farias, seu curador. Quem também acredita na força da instituição é Tadeu Chiarelli, curador-chefe do MAM-SP. 'Vai ser um ano difícil, mas, graças à visibilidade que o museu ganhou nos últimos anos, ainda estamos podendo escolher mostras', disse. O MAM-SP, porém, alegou também falta de patrocínio ao abrir mão de uma mostra de Edvard Munch (autor de O Grito) prevista para o segundo semestre no MNBA (Rio). 'É uma exposição muito cara e já assumimos outros compromissos. Seria difícil conseguir patrocínio para Munch e para as outras mostras, disse Chiarelli. Apesar de ter um custo operacional baixo (cerca de R$ 100 mil por ano), já que os gastos institucionais (salários e reformas do prédio, por exemplo) são cobertos pela universidade, o MAC-USP pretende continuar investindo na captação de recursos de patrocinadores. Seu único temor são mudanças nas leis de patrocínio. 'A suspensão da isenção fiscal para os patrocinadores seria um abalo muito forte, mas não acredito que isso venha a acontecer. A instabilidade brasileira é uma constante, porém existem espaços muito grandes para a penetração da arte. Há dois ou três anos não era assim, mas hoje faz muita diferença ter um projeto aprovado junto às leis de incentivo. Se mexerem nisso, o ano será catastrófico', disse Teixeira Coelho, diretor do MAC-USP”.

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