24.10.2005 - Intermanagers - Internet - Editoras alemãs vão construir rede própria de livros online.

As editoras alemãs, ansiosas por defender seus direitos autorais num momento em que serviços de busca na internet tentam colocar online o conteúdo de milhões de livros, querem estabelecer um banco de dados próprio na web, permitindo que os leitores pesquisem, tomem emprestado ou comprem obras.

O Google irritou as editoras com propostas de digitalizar obras protegidas por direitos autorais sem permissão de seus detentores, com o objetivo de permitir que o conteúdo delas seja acessível por buscas online. Os críticos temem que o banco de dados digital de livros que a empresa pretende construir dê a ela um monopólio sobre a cultura.

Não é à toa que a associação alemã de editoras está planejando criar uma rede, a partir do ano que vem, que permitirá busca online nos textos dos livros por meio dos serviços de busca na web, mas não entregará a esses serviços o texto dos livros incluídos no arquivo.

O Google tem em vigor acordos com editoras sob os quais digitaliza os livros delas para permitir que os leitores realizem buscas online pela íntegra de textos. Mas os resultados das buscas exibem apenas porções limitadas dos livros.

Biblioteca digital.

Em prazo mais longo, a associação alemã deseja criar um mecanismo próprio de buscas para oferecer serviços que concorram com os do Google, Yahoo e Lycos, e até mesmo permitam aos leitores tomar livros emprestados, online.

"Não queremos que o Google tenha os textos em seus servidores; queremos que as editoras fiquem com eles", disse Matthias Ulmer, o encarregado do projeto, à Reuters, em entrevista durante a feira do livro de Frankfurt. Ulmer acredita que o projeto alemão será a primeira rede nacional desse tipo.

Sob o modelo alemão, as editoras digitalizariam os livros e armazenariam o conteúdo em seus servidores. A associação de editoras criaria uma rede que permitiria ao Google ou outros serviços de busca realizar buscas nesses servidores, mas sem lhes permitir acesso à íntegra dos textos.

Ulmer disse que a associação está discutindo a idéia com diversos serviços de busca e que está confiante em obter um acordo com o Google.

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