10.03.2013 - O Globo - Revista da TV - P. 11 - Natalia Castro - Na arte da vida (fragmento).

Diante da visão de que a função da arte é a modificação e a criação de novos modelos culturais, Juca de Oliveira não esconde a decepção com os rumos do vale-cultura, do governo federal. Voltado para os trabalhadores e válido a partir do segundo semestre, o vale, de R$ 50, tem como finalidade o consumo cultural, podendo ser utilizado em cinemas, teatros e na aquisição de livros, CDs e DVDs e também no pagamento de serviços de TV por assinatura.

- A atitude da nossa ministra (da Cultura, Marta Suplicy) é chocante. A função do Estado é viabilizar a cultura, e eles fazem exatamente o contrário. Isso é o Brasil! Como você pode comparar um concerto, uma ópera, a uma TV por assinatura? É óbvio que vai preferir a segunda opção. Porque desde Umberto Eco sabemos que existe a redundância e a informação. A obra de arte abre picadas, produz a elevação cultural. A TV é redundante. Você assiste com prazer porque há uma quantidade de informação pequena. A função social da arte é a modificação - reflete Juca, afirmando que, para ele, não é obrigação da TV ter função social. - Ela visa apenas o entretenimento.

Em uma análise crítica, Laura Cardoso acha que, quando surgiu no Brasil, há 63 anos, a TV prezava a educação e informação. Mas a busca pela audiência teria empobrecido o veículo.

- É bom para quem que as pessoas pensem? - indaga.

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