13.10.2012 - O Globo - Segundo Caderno - P. 2 - Carlos Albuquerque - O progressivo que leva às lágrimas. O veterano grupo inglês Marillion mostra seu som emotivo hoje no Vivo Rio.

Crowdfunding não chega a ser uma grande novidade para o Marillion, que se apresenta hoje, às 22 h, no Vivo Rio. Em 1997, sem dinheiro após ter o contrato rescindido com a gravadora EMI, o grupo inglês teve que apelar aos fãs para seguir em frente e fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Como uma prévia do poder mobilizador da internet, o retorno foi imediato. Através do seu site, o Marillion conseguiu US$ 20 mil e viajou por algumas cidades americanas.

– Isso realmente foi incrível, lembra o vocalista Steve Hogarth. Animados e renascidos com aquele carinho, seguimos com a iniciativa e, até onde sei, fomos a primeira banda do mundo a ter um disco parcialmente financiado pelos fãs, que nos deram US$ 60 mil para as gravações de “marillion.com”.

Herdeiro menos brilhante de ícones do rock progressivo dos anos 1970, como Genesis, Yes e Gentle Giant, o marillion teve seus momentos de glória no começo dos anos 1980, com discos como “scrip for a jester’s tear”, quando ainda contava com o vocalista Fish em sua formação. A partir de “Season’s end”, de 1989, o grupo passou a ter a voz de Hogarth no comando. Foi com ele que a banda se apresentou no Brasil pela primeira vez, em 1990, no Hollywood Rock.

– Eu me lembro muito bem daquele show. Escalei uma torre para cantar “Incommunicado”. As pessoas achavam que eu ia cair – diz Hogarth. – Foi uma loucura.

No show de hoje, o grupo vai mostrar músicas do seu mais recente trabalho, o independente “Sounds that can’t be made”.

– É o nosso disco mais emotivo. Todos que o escutaram chegaram às lágrimas – garante Hogarth, pioneiro do crowdfunding.

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