22/01/1999 - Folha de São Paulo - Folha Ilustrada. Patrocinador teme alta em custos. P. 1.

“As empresas que investem em cultura deverão manter seus patrocínio em 1999, mas já prevêem novas dificuldades com as alterções na economia. Um bom exemplo é a Petrobrás, patrocinadora de exposições internacionais como as de Salvador Dalí e Monet. A empresa confirma que manterá o que está no planejamento para o biênio 1999-2000, ou seja, uma verba de cerca de R$ 10 milhões por ano. Mas, segundo Luiz Fernando Nery, coordenador de publicidade e patrocínios da empresa, os custos envolvidos em cada um dos patrocínios deverá subir. “Não temos a intenção de modificar o calendário. Já estamos procurando uma vinculação com a área de seguros, por exemplo, para tentar diminuir os gastos com as exposições internacionais”, afirmou Nery. As áreas prioritárias de investimento cultural da Petrobrás são artes plásticas, música, cinema e patrimônio histórico. Ricardo Ribenboim, diretor-superintendente do Instituto Cultural Itaú, diz que o plano para 1999, orçado em R$ 12 milhões, “será mantido sem mudanças, a não ser que um absurdo completo ocorra” na economia do país. Produtos que nós desenvolvemos, como peças gráficas, podem ter seus custos alterados, Se for o caso, vamos rever a maneira de fazer as coisas, procurar barateá-las”, disse.

“Banespa, Banco do Brasil, Banco Real e BNDES também devem manter o total de investimentos programado para o ano. O cinema é a área principal de investimento do Banespa (que colocou R$ 5,8 milhões em filmes nacionais em 1998) e do BNDES, criador de uma linha de crédito especial para financiar a produção de documentários nacionais. Já o Banco do Brasil, que mantém o Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, também teme o aumento do custo de cada um dos patrocínios, o que resultaria em menos ações neste ano”.

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