17/11/1993 - O Estado de São Paulo - Estratégias do marketing cultural. Mario Jorge Pires. Caderno Empresas, pág. 1.

“Hoje, porém, não apenas as empresas multinacionais, mas um número cada vez maior de empresários e executivos ligados à prestação de serviços, ou mesmo indústrias com capital brasileiro, abrem-se para estes conceitos que fazem da relação empresa-cultura uma parceria salutar, cujos benefícios vão muito além das concepções arcaicas do puro mecenato”.

“Pertencentes à esfera da administração pública, os museus e localidades históricas em sua maioria, padecem de uma crônica falta de verbas. Esta poderia ser amenizada através de captação de recursos da iniciativa privada, não fossem o preconceito de diretores e demais responsáveis e/ou amarras de legislações já há muito obsoletas ante a realidade e responsabilidade do governo no que concerne à sua participação em todos os setores da sociedade . . . se a legislação de muitos museus e casas históricas não permite ou emperra a parceria com a iniciativa privada, talvez o enfoque da administração não deva ser voltado num primeiro momento ao marketing, mas a formas e procedimentos de tornar estatutos e regimentos mais elásticos face à realidade de penúria”.

“O envolvimento de empresários com a cultura nos países de primeiro mundo é muito comum, porém obedece ao princípio fundamental de parceria, onde tanto os agentes culturais como as empresas saem ganhando. Apoios a realizações artísticas fazem parte de estratégias de marketing de empresas, assim como os gastos com anúncios diretos na mídia. Como fruto estão o investimento na imagem institucional da empresa e o incremento das atividades culturais”.

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