05/08/1998 - Gazeta Mercantil - Nacional - Atividades culturais têm peso na economia. Pedro Lobato

“O impacto das atividades culturais sobre a economia começa a ser conhecido. O setor contribuiu com 0,8% do PIB de 1994, totalizando R$ 352,8 bilhões, a preços daquele ano, incluídos os valores dos serviços financeiros imputados. Ou seja, as atividades culturais agregaram à economia R$ 2,7 bilhões em 1994. A participação tinha sido maior em 1980, respondendo po 1% de PIB. Mas é no emprego de mão-de-obra que o complexo cultural guarda as melhores surpresas, pois abriga mais gente do que a indústria automobilística. Em 1994, havia 509 mil pessoas envolvidas em atividades culturais, considerando-se apenas os empregos formais. No mesmo ano, a indústria automotiva, incluída a de autopeças, empregava 332,3 mil pessoas. Ou seja, o setor cultural empregava 53% mais. Também ganhava de longe da indústria eletro-eletrônica, que empregava 266 mil. Em compensação, a remuneração nas atividades culturais é inferior à das duas indústrias, embora se posicione acima da média geral da economia brasileira. Em 1994, quando o salário mínimo era de R$ 49,00, o setor cultural praticou salários médios de r$ 3.642,35. Bem melhores do que, por exemplo, os do setor agrícola, que praticou média de R$ 256,49, e os da construção civil, com R$ 1.074,24. Naquele ano, a média geral dos salários na economia foi de R$ 1.848,81, ou seja, os salários do setor cultural ficaram 97% acima da média. Os dados são de levantamento encomendado pelo Ministério da Cultura à Fundação João Pinheiro, órgão do governo mineiro, que levou 17 meses para fazer o trabalho.

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